Fora da minha essência

 Não quero ser aquela pessoa que culpa os outros pelas próprias falhas. Sei e sinto que sou eu e só eu que me deixo por vezes levar pela roda que gira do dia a dia e me embrenho em actos e pensamentos que fogem ao que espero ser a minha verdadeira essência. Quero ser melhor do que isso, quero ser mais do que isso - não para que outros o reconheçam em mim, não me interessa a glória ou o elogio, mas para que dessa forma cumpra o que sei que Deus espera de mim. 

Todos os dias tento colocar-me no lugar dos outros, tento calçar os seus sapatos, ainda que com a perfeita noção de que nunca os calço totalmente e nunca sei o que verdadeiramente vai nos seus corações. Mas sei que, por trás de cada palavra mais dura ou comportamento mais frio ou egoísta, há uma razão e, na maioria das vezes, essa razão é a falta de amor e de alegria, ou uma vida dura e exigente. Por isso tento sempre sorrir, ajudar, apoiar, levar uma palavra simpática ao dia dos outros. Mas ainda tenho muito para evoluir, por cada vez que me deixo abater pela parede dura e fria que encontro do outro lado. E é nisso que eu quero melhorar: aceitar o outro como ele é, sem culpas ou queixas, sem pensar nos seus defeitos, mas no que lhe possa estar a faltar. Ninguém nasce assim. É a vida que nos transforma, com base nas vivências, nas experiências e nas perdas. Por isso, peço perdão por todas as vezes que sou menos compreensiva e me queixo dos outros, ou me deixo levar por conversas transversais que não acrescentam nem valor, nem soluções. Acredito que se eu for melhor, posso dessa forma contribuir para um mundo melhor. Que assim seja, todos os dias. 


B.

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